Petróleo em debate: lobby internacional começa a dar resultado
Temos dito e repetido que os dois segmentos por trás do lobby internacional sobre os três poderes da nossa República são os EUA, que só tem 29 bilhões de barris de reservas e consomem 10 bilhões por ano, e o cartel internacional das 7 irmãs, que já tiveram 90% das reservas mundiais sob o seu domínio e hoje tem cerca de 3% apenas.
O pré-sal brasileiro pode ajudar os Estados Unidos a sobreviver.
Esses dois blocos de poder jogam pesado na obtenção de reservas por todo o mundo: suborno, corrupção, assassinato de líderes e invasão de países com reservas de recursos não renováveis como petróleo e minérios estratégicos.
Na era Obama, ao contrário da era Bush, a atuação tem sido mais sutil: massagem no ego do “publico alvo”.
Vejamos alguns exemplos:
1) Obama diz que Lula é o Cara (My man), portanto, o líder mais popular do mundo;
2) Câmara de Comércio Brasil EUA homenageia Gabrielli com o título de “homem do ano”; 3) O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi homenageado pela Câmara Brasileira de Comércio da Grã-Bretanha, no dia 20 de maio, sendo agraciado com o título de “Personalidade do Ano”.
A solenidade de agraciamento ocorreu em um Jantar de Gala realizado no Hotel Dorchester de Londres, Inglaterra.
Falando francamente, não há um único requisito em Lobão para justificar tal título.
A não ser o golpe no ego para abrir a sua guarda para as corporações estrangeiras que querem manter a atual legislação do petróleo, favorável a eles.
É o lobby domesticando o Lobão.
Portanto, quando Lobão declara, em Londres:
- “A Petrobras não pode encarar sozinha a grande tarefa de desenvolver o pré-sal, certamente faremos leilões no próximo ano”.
É o efeito do novo tipo de assédio.
Lobão disse ainda que espera que o Congresso aprove a proposta do grupo interministerial, encampada pelo presidente Lula, ainda este ano, para retomar os leilões no fim de 2011. Segundo a imprensa, Lobão e Dilma declararam que as áreas serão entregues à empresa que oferecer maior percentual de participação para a União .
- “Se a Petrobras não quiser participar dos leilões, é problema dela”.
Já vimos filmes parecidos com este: no 6º leilão, a americana Devon ganhou parte do bloco BC-60 oferecendo um percentual de conteúdo nacional inviável (A ANP havia dado um peso de 40% nesse requisito).
A Devon, até então parceira da Petrobras, portanto, sabia da oferta dela, “divorciou” e fez uma proposta vitoriosa pagando menos que a oferta Petrobras.
No 9º leilão a empresa OGX, do Eike Batista, comprou alguns geólogos da Petrobrás (pagando salários altíssimos) e quando o leilão terminou eles saíram da Petrobrás para aquela empresa.
Resultado: a Petrobras fez oferta para 57 blocos e perdeu cerca de 20 para o Eike.
Relembremos que, já no governo de transição, estivemos com a Dilma e ela perguntou como parar o 5º leilão.
Respondemos que ele já estava muito adiantado e que a Petrobras havia ganhado 75 dos 78 blocos ofertados, portanto, ela deveria cuidar para não haver novos leilões.
- “Isto é ponto pacífico no Governo Lula”, disse ela.
Um mês depois, emitiu a portaria nº 8 do CNPE mandando a ANP retomar os leilões.
Era a plástica ideológica para se credenciar como candidata a presidente.
Assim, a nova estatal apregoada, ao que parece, virá para continuar os leilões e, se possível alijar a Petrobras da competição.
Lembremos também que a americana Halliburton comanda a ANP de fato e o Haroldo Lima, de direito.
Logo, é fundamental que todas as entidades e o povo brasileiro vão para as ruas defender essa riqueza que pertence ao povo brasileiro.
Se os leilões continuarem, as empresas estrangeiras que ganharem blocos levarão 50% dessa riqueza e ainda terão uma enorme vantagem estratégica: a propriedade do petróleo, contra o Brasil.
Fernando Siqueira é presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras / AEPET
www.apn.org.br
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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